Cultura

Marcos Paiva Quarteto leva Pixinguinha, Tom Jobim e Camargo Guarnieri ao programa Música Contemporânea do Instituto CPFL

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Diferentemente da cena da canção popular brasileira, que durante a última década tem se mostrado (com raras exceções) pouco inspiradora, a música instrumental criada em nosso país não só se renovou como vive neste século um período de produção intensa, diversificada e de alta qualidade.

É o que afirma o jornalista Carlos Calado, curador do módulo de outubro e novembro do programa Música Contemporânea do Instituto CPFL. “Há quem prefira chamá-la de jazz brasileiro, já que se trata de uma vertente musical que utiliza com frequência o recurso inventivo da improvisação. Aliás, a influência do jazz tem se manifestado em nossa música instrumental, em maior ou menor medida, desde as primeiras décadas do século 20: de sambas e choros do pioneiro mestre Pixinguinha (1897-1973) à hoje cultuada obra do maestro e compositor Moacir Santos (1926-2006), que se radicou nos Estados Unidos”, afirma.

Parte deste repertório pode ser observada na primeira apresentação da série, neste sábado, 07/10, às 20h, na Sala Umuarama do Instituto CPFL, em Campinas, durante o concerto Relendo o passado com os olhos do presente, com o Marcos Paiva Quarteto, formado por Cesar Roversi (sax tenor, soprano e clarinete), Enrique Menezes (flauta), Bruno Tessele (bateria) e Marcos Paiva (contrabaixo, composições e arranjos). A entrada é gratuita.

Na apresentação, Paiva esboça novas releituras do choro com composições inspiradas na obra de Irineu Batina (1863-1914), professor de Pixinguinha. “Reler o passado com os olhos do presente” é o seu slogan.

O programa tem no repertório músicas de Pixinguinha, Camargo Guarnieri, Radamés Gnattali e Tom Jobim.
“Assim como nossa música instrumental desenvolve há décadas diálogos com o choro, com o samba e a bossa nova, sem falar nos ritmos regionais brasileiros, entre suas influências também está a da música erudita, tanto a clássica como a contemporânea. Essa profusão de referências caracteriza os quatro concertos desta série, que destaca alguns dos mais talentosos músicos e grupos da cena atual da música instrumental brasileira”, afirma Calado, jornalista, editor e crítico musical, com mestrado em Artes pela USP e colaborador dos jornais Folha de S. Paulo e Valor, além de manter o blog Música de Alma Negra. Autor dos livros “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”, “O Jazz Como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, entre outros, ele é também editor e autor de coleções de CDs-livretos lançadas pela Folha de S. Paulo, como “Lendas do Jazz”, “Tributo a Tom Jobim” e “Grandes Vozes”.

Confira o programa:
Pixinguinha (1897-1973)
Cochichando
Marcos Paiva
Morro Acima, Morro Abaixo
Camargo Guarnieri (1907-1993)
Valsa nº 4
Radamés Gnattali (1906-1988)
Canhoto
Tom Jobim (1927-1994)
Retrato em Branco e Preto
Marcos Paiva
Anacletiano
Bebericando à la Monk
Pixinguinha (1897-1973)
Seu Lourenço no Vinho
Lorenzo Fernandez (1897-1948)
Valsa Suburbana
Camargo Guarnieri (1907-1993)
Dança Negra
Lorenzo Fernandez (1897-1948)
Velha Canção

07/10 | 20h | Relendo o passado com os olhos do presente
Sala Umuarama (162 lugares). Entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. Vagas Limitadas (dois ingressos por pessoa).

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