Festival de uma só cerveja

por Álvaro da Silva Júnior

Depois de ver tanta divulgação sobre o Festival Cultural da Cerveja, fiquei curioso pra saber como seria esse festival. E como todo bom bebedor de cerveja, isso me atraiu e me fez sair de casa para andar na Lagoa do Taquaral; “quanto sacrifício”, pra no final ver uma bela e desejada recompensa: uma cerveja bem geladinha.

Percorrendo o entorno da lagoa, vendo pedalinhos em forma de caravela e pessoas caminhando, em minha mente só pensava no que iria encontrar nesse tal festival. Finalmente, vejo ao longe uma multidão de pessoas circulando, realmente uma visão incrível, gente de todas as idades e tipos, gente curiosa como eu, que foi atraído pela novidade.

Tudo muito bem organizado, evento de primeira. Mas conforme ia visitando os stands, fui conhecendo as marcas de cerveja e fiquei um pouco decepcionado, pois, apesar de ter várias cervejas tradicionais e algumas premium, todas elas eram de uma empresa só, a Ambev. Na minha opinião, faltou variedades de cervejas, incluindo as artesanais.

Outro fator que me chamou a atenção foi o preço, tudo muito caro, principalmente minha conhecida e gostosa “Stelinha”(olha a intimidade) por abusivos R$ 12,00(no supermercado custa R$ 3,00). Pra muita gente pagar caro é sinal de status, sinônimo de “tô podendo”. Na hora não me deixei levar pela emoção, a razão falou mais alto(ou o bolso), deixei pra lá, não sucumbi à tentação.

Continuei minhas andanças cervejeiras, quando encontrei um amigo e comentei sobre o preço das cervejas; ele me disse que era a favor, pois com preço alto as pessoas consumiriam com moderação, não ficariam bêbadas. Isso me fez refletir: pobre não pode ficar bêbado, rico pode? Depois dessa conversa e de toda a caminhada, pra não ficar de garganta seca só me restou tomar um chopinho, isso mesmo, exatamente um, e ir embora.
Chegando em casa, ela estava esperando por mim, toda gostosa, não resisti! Matei a saudade, Ahh “Stelinha”.

Álvaro da Silva Júnior é fotógrafo e editor do Gazeta de Barão