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FMCB completa 10 anos, com homenagens a Kilza Setti e João Bosco

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Considerado o principal festival de música contemporânea do país, a programação começa nesta quarta (22) e vai até sábado (25)

O aguardado Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMCB) completa 10 anos e chega a sua 8ª edição presencial, recebendo Kilza Setti e João Bosco para homenageá-los e se debruçar sobre suas obras. O festival ocorre esta semana em Campinas, de 22 a 25 de maio de 2024, com programação no Hospital Infantil Boldrini, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Teatro Municipal José de Castro Mendes. 

O Teatro Castro Mendes será palco dos principais concertos, com participação da Orquestra Sinfônica da Unicamp, grupos de câmaras convidados e do concerto de encerramento com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, executando obras dos homenageados e com participação especial de Kilza Setti e solo de João Bosco.

Considerado o principal festival de música contemporânea do país, o FMCB destaca-se por apresentar um formato inovador, que une pesquisa e performance musical. Agora, realizado bianualmente, o evento solidificou-se como um encontro imperdível com a riqueza musical brasileira, destacando-se como um fervoroso tributo à diversidade e inovação presentes na cena musical do país.

“Somos honrados em poder, mais uma vez, ampliar a apreciação da música brasileira de qualidade para o público geral, mostrando sua diversidade com discussões, pesquisa, concertos diversos e, mais importante, tendo o privilégio de contar com a participação dos homenageados durante todo o evento. Esse ano, em particular, temos certeza que a mescla entre características das obras de João Bosco e Kilza Setti trarão uma visão da amplitude e magnitude da nossa cultura brasileira encapsulada em quatro dias de evento”, declarou Thaís Nicolau, Diretora Geral e Artística do FMCB.

Nesta edição, o FMCB é apresentado pelo Ministério da Cultura, Secretaria do Estado de São Paulo e CPFL Energia, com patrocínio do Grupo Alfa, Racional Engenharia e Karcher, apoio da La Basque e Osten Group, parceria da Udesc, Unicamp, Prefeitura Municipal e Secretaria de Cultura de Campinas. Conta com a produção da Sintonize, consultoria estratégia da Incentiv e realização da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.

A cada edição são homenageados dois compositores brasileiros, que participam de todas as atividades, proporcionando um espaço de troca e interação entre os músicos e o público. Onde pesquisadores(as), docentes, discentes e profissionais da música, apresentam trabalhos inspirados nos homenageados em um profundo mergulho sobre suas obras. As categorias desta edição abrangem Ouvinte, Comunicação Oral e Apresentação Artística, incluindo subcategorias como Recital e Recital-Palestra. 

A 8ª edição do Festival de Música Contemporânea Brasileira dedica-se à vida e obra de Kilza Setti e João Bosco. O evento é totalmente gratuito. Para participar das atividades, é preciso retirar o ingresso direto na recepção do Festival, com uma hora de antecedência do início de cada programação. 

Sobre os homenageados 

João Bosco, 77 anos completados em 13 de julho de 2023, nasceu em Ponte Nova, Minas Gerais. É hoje um dos mais originais violonistas e compositores da música popular brasileira. Destaca-se em sua trajetória, a parceria com Aldir Blanc, um acervo de cerca de uma centena de canções que habitam o patamar mais alto da chamada MPB – sigla que designava popularmente a música popular brasileira, para diferenciá-la da música pop e do rock (uma divisão que João Bosco jamais respeitou).

O triângulo virtuoso completou-se quando, no início da década de 1970, Elis Regina gravou “Bala com Bala” e “Dois pra lá, dois pra cá”. Suas criações transitam num caldeirão onde cabem universos musicais diversificados, que vão da música brasileira pré-bossa nova, como Angela Maria e Cauby Peixoto, como o rock raiz de Elvis Presley e Little Richard.

Plenamente consolidado como uma das grandes estrelas criativas da música brasileira, João Bosco refinou ainda mais o seu violão, sempre tocado de modo muito pessoal, rico em misturas culturais e tecnicamente elaborado como um dos acompanhamentos mais complexos da canção brasileira. 

Kilza Setti, nascida em São Paulo em 1932, é uma pianista e compositora brasileira cuja carreira abrange uma vasta gama de experiências musicais e pesquisas etnomusicológicas. Graduada em Piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Kilza dedicou-se também a estudos sobre repertórios de tradição oral, tanto no Brasil quanto em Portugal. 

Sua obra reflete um profundo compromisso com as culturas indígenas, tendo colaborado com diversos povos, como os GUARANI-MBYÁ e XIRIPÁ, e os Krahô do povo Timbira. Além de sua produção musical, Kilza é membro de importantes associações musicais no Brasil e tem sido uma voz para os povos marginalizados, buscando sempre dar-lhes visibilidade por meio de sua arte.

A obra de Kilza Setti inclui cerca de 150 composições, sendo várias premiadas em concursos nacionais, e foi apresentada em diversos países, incluindo Alemanha, Áustria, França e Inglaterra. Sua contribuição vai além da composição, tendo musicado poetas como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst e Mário de Andrade. Kilza é reconhecida como membro da Academia Brasileira de Música, da Associação Brasileira de Etnomusicologia e da Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, demonstrando seu impacto significativo no cenário musical brasileiro e internacional.

Sobre o FMCB – 10 anos:

O Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMCB) foi idealizado a partir do desejo da pianista Thais Nicolau, em ampliar os horizontes de sua pesquisa doutoral, dedicada às obras de Edmundo Villani-Côrtes e em homenagear compositores brasileiros da música contemporânea. Em 2014 o desejo ganhou forma com a realização da 1ª edição do evento, que desde então, acontece na cidade de Campinas, interior de SP. Em 2024, o festival completa 10 anos de realização.

Consagrado como evento renomado na cena musical brasileira, celebra a diversidade e excelência da música contemporânea do Brasil, proporcionando um espaço para artistas, pesquisadores e entusiastas da música compartilharem suas paixões e talentos. 

Ao longo da trajetória, o festival soma 16 homenageados em 10 anos de festival, já realizou mais de 110 atividades, com participação de 1030 envolvidos, entre shows, apresentações artísticas, comunicação oral e palestras e mesas redondas e uma vasta produção audiovisual chegando a 241 vídeos de registros produzidos ao longo dos festivais sobre as homenagens, carreira, apresentações artísticas, além de realizar espetáculos memoráveis com os homenageados, como João Donato e Gilberto Mendes, que faleceram no ano seguinte de suas participações, deixando um grande registro de suas obras eternizado pelo FMCB. O festival já recebeu representantes de 18 países, de vários estados brasileiros, e um público de cerca de 12 mil pessoas.

O evento conta com apoiadores e parceiros estratégicos locais ao longo da trajetória de 10 anos, em especial, a CPFL Energia e o Instituto CPFL, a Unicamp, a Secretaria de Cultura de Campinas e a Orquestra Sinfônica de Campinas.

Serviço:
Festival de Música Contemporânea Brasileira
Período: de 22 a 25 de maio
Mais informações no site: https://fmcb.com.br/

Link para programação completa: https://drive.google.com/drive/folders/1NbJ06arEe7wwYD5t0EIe7qenyQyiA_I1

Programação resumida:
Hospital Infantil Boldrini

Dia 22 – Oficina de Musicoterapia, às 10h

Auditório do Instituto de Artes da Unicamp

Dia 23 – Tema: João Bosco – das 10h às 17h30 

Dia 24 – Tema: Kilza Setti – das 10h às 17h

Teatro Municipal José de Castro Mendes

Dia 23 – Concerto Retrospectiva FMCB com Orquestra Sinfônica da Unicamp – 20h

Dia 24 – Concerto de Câmara com obras de João Bosco e Kilza Setti – 20h

Dia 25 – Concerto de encerramento com Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas com obras de João Bosco e Kilza Setti e participação solo de João Bosco – 20h

Ingressos: Gratuitos, retirar com uma hora de antecedência, na recepção do Teatro Castro Mendes.

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