Ciência é um substantivo feminino com significado de conhecimento atento e aprofundado de algo ou corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente.
Muitas vezes compreender a ciência não é tarefa fácil para profissionais de saúde e muito menos para a população em geral. Interpretar um artigo científico e entender sua relevância e aplicabilidade na prática clínica diária demanda muito estudo, conhecimento prévio, visão analítica e interpretação crítica da evidência apresentada.
Em momentos de insegurança da população, como é no caso da COVID-19, a tendência ao desespero na busca de resolução do problema, muitas vezes leva à interpretação errônea da ciência, o que favorece ao surgimento das chamadas fakenews.
Entender o método científico, compreender a hierarquia de confiabilidade das informações, interpretar as evidências oriundas de estudos clínicos e aplicá-las à prática, seja de maneira individualizada ou para um grupo populacional, é fundamental para evitarmos consequências negativas de uso errôneo de medicamentos e estratégias de saúde pública.
Saber ler um estudo e transformar um linguajar técnico em um vocabulário coerente, compreensível a todos e que realmente faça a população entender benefícios ou riscos do medicamento proposto não é tarefa fácil. Mas só desta forma, quando há comprometimento com o ser humano e com a divulgação de informações de qualidade e relevantes para população, evitaremos informações sensacionalistas, muitas vezes erradas, e prestaremos um real serviço para as pessoas.
O profissional da saúde precisa saber se comunicar, precisa transformar o conteúdo da ciência para o dia a dia de seu consultório, estabelecendo uma relação de confiança com o paciente. Mas além do paciente, transformar a ciência em palavras de entendimento da população sem dúbia interpretação também é fundamental, principalmente em momentos como o que o mundo está passando hoje.
André Deeke Sasse é formado em oncologia clínica pela Unicamp, oncologista, professor de pós-graduação na FCM-Unicamp, membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO). Fundador do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, e atua na oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Santa Tereza e do Hospital Madre Theodora.
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