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Acabou o derby, agora vem o Paulistão?

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Por Marcos Ortiz

O Guarani, seus problemas, erros e acertos, perderam o derby do último sabão no Brinco de Ouro. Perderam feio, jogando em casa, com sua torcida vendo erros enormes em campo e mais uma vez com falhas individuais custando um resultado. Já foi assim em Lins, dois erros e uma derrota por 2×1, já havia sido assim contra o São Bernardo, erros, desta vez lá na frente, e o que poderia ter sido uma vitória tranqüila terminou como um 0x0.

Dentro de campo a gente nada pode fazer alem de torcer enquanto a bola rola, comemorar quando vence e deixar claro o que e do que não gostamos quando o resultado não vem, mas o que me preocupa de fato está fora de campo.

Após a partida Zé Teodoro deixou o comando da equipe. Em sua entrevista o agora ex-treinador atribuiu à forças ocultas a decisão e chegou a dizer que não permaneceria, mesmo que o time vencesse. Verdade ou não? Isso só ele sabe, mas e as forças ocultas?

Bem, pela entrevista coletiva do treinador ficou claro que houve um racha em relação ao departamento de futebol profissional, mas o que aconteceu, alguém sabe?

Isaías Tinoco assumiu o cargo de gerente de futebol. Se alguém não sabe, em uma de suas entrevistas recentes Tinoco disse que sua chegada é indicação de Nenê Zini, filho do ex-presidente Beto Zini. Jogadores chegam, muitos com qualidade, ou retrospecto de carreira desconhecido. Isaías é um profissional renomado, hoje temos que reconhecer que seu currículo está acima do que o Guarani tem a oferecer, é competente sim, tem um passado vitorioso, mas é inegável que houve conflito entre o ex-treinador, o departamento de futebol e a diretoria.

Zé Teodoro citou com todas as letras as chegadas de alguns jogadores (não citou os nomes) e a negativa em contratar atletas que ele indicou. Dois pontos: Um treinador não deve ter realmente as chaves do cofre e determinar quem o clube contrata, mas o clube também não pode usar a mesma chave para abrir o cofre e voltar ao passado.

Seriam jogadores de empresários? Sim, são jogadores de empresários, mas as semelhanças com o Guarani do final da década de 1990 impressionam. Treinador saindo após três rodadas, o clube anuncia a criação de um cargo novo no seu departamento de futebol profissional, enquanto o treinador, agora ex, esperava a chegada de reforços. Qual o problema? Nenhum… assume o cargo Paulo Antonio do Prado Pereira, irmão do ex-jogador e hoje treinador Silas e do também ex-jogador, ex-treinador e ex-gerente de futebol Bugrino, Eli Carlos.

Nada contra Eli Carlos, Silas ou Paulo, que são pessoas do mundo da bola, mas me intriga o fato de Eli ser homem de confiança de Beto Zini, de quem hoje o filho administra a carreira de alguns atletas recém contratados, mas ele já agenciava outros, o último foi Junior Negão.

Será que todo o trabalho que eu vi nos primeiros dias está caindo numa vala comum? Será que o erro maior foi cometido? Será que o Guarani, por não conseguir dar um passo à frente e precisando montar um elenco, deu todos os passos para trás e voltou ao passado ruim, exatamente a parte do passado que nos trouxe até aqui?

Se isto aconteceu, me desculpem, decepção é o único termo que me vem à cabeça. Se não aconteceu, chegou a hora de praticar a tal TRANSPARÊNCIA tão falada.

Cabe ao presidente Álvaro Negrão esclarecer qual o papel da família Zini hoje no Guarani. Se o futebol do clube pertence a eles, desculpem, eu to fora do barco. União não é retroação, dar as mãos não é voltar ao passado e um time de futebol precisa de muito mais do que promessas, precisa de prática. Será que é isso?

Com a palavra, o presidente. Eu quero ouvir.

Eu prefiro tentar acertar correndo o risco de errar, mas vendo que o passado para nós nada mais é do que referência, do que tentar acertar sabendo que vou errar.

Tomara que o Guarani não tenha voltado ao passado no sentido errado, o bom passado é de glórias, o mal, o recente… bom, esse a gente está vendo os efeitos até hoje.

Marcos Ortiz
Torcedor, sócio patrimonial do Guarani e responsável por 7 anos pelo site Planeta Guarani.

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